domingo, 30 de janeiro de 2011




  
“ela é uma moça de poses delicadas, 
sorrisos discretos e olhar misterioso.
 ela tem cara de menina mimada, 
um quê de esquisitice, uma sensibilidade de flor, 
um jeito encantado de ser, um toque de intuição 
e um tom de doçura. 
ela reflete lilás, um brilho de estrela, uma inquietude, 
uma solidão de artista e um ar sensato de cientista. 
ela é intensa e tem mania de sentir por completo, 
de amar por completo e de ser por completo. 
dentro dela tem um coração bobo, 
que é sempre capaz de amar e de acreditar outra vez. 
ela tem aquele gosto doce de menina romântica 
e aquele gosto ácido de mulher moderna.”
 

Desejo a você...



Fruto do mato, cheiro de jardim, namoro no portão, domingo sem chuva, segunda sem mau humor, sábado com seu amor, filme do Carlitos, chope com amigos, crônica de Rubem Braga, viver sem inimigos, filme antigo na TV, ter uma pessoa especial e que ela goste de você.

Música de Tom com letra de Chico, frango caipira em pensão do interior, ouvir uma palavra amável, ter uma surpresa agradável, ver a banda passar.

Noite de lua cheia, rever uma velha amizade, ter fé em Deus... Não ter que ouvir a palavra não nem nunca, nem jamais e adeus.

Rir como criança, ouvir canto de passarinho, sarar de resfriado, escrever um poema de amor, que nunca será rasgado.

Formar um par ideal, tomar banho de cachoeira, pegar um bronzeado legal, aprender uma nova canção... Esperar alguém na estação.

Queijo com goiabada, pôr-do-sol na roça... Uma festa, um violão, uma seresta. Recordar um amor antigo, ter um ombro sempre amigo, bater palmas de alegria.

Uma tarde amena, calçar um velho chinelo, sentar numa velha poltrona, tocar violão para alguém, ouvir a chuva no telhado, vinho branco, Bolero de Ravel e ...

...muito carinho meu.

segunda-feira, 24 de janeiro de 2011




" ... Que todo mundo tenha um amor quentinho. Descanso pro complicado do mundo. Surpresa pra rotina dos dias. A quem esperar. De quem sentir saudades. Um nome entre todos. O verso mais bonito. A música que não se esquece. O par pra toda dança." 

domingo, 23 de janeiro de 2011

"Alegre era a gente viver devagarinho, miudinho, não se importando demais com coisa nenhuma. Felicidade se acha é só em horinhas de descuido."
Guimarães Rosa

"Eu quero casar com você porque você é a primeira pessoa que eu quero ver ao acordar de manhã, a única em que quero dar um beijo de boa noite. Porque na primeira vez que vi suas mãos, não consegui mais imaginar como seria não poder segura-las. Mas principalmente, quando se ama alguém o tanto como eu amo você, casar é a única coisa que me resta fazer.”

(três vezes amor)

Não se come uma mulher.

 
 
Não sou adepto de enxergar o mundo como se fosse a primeira vez, muito menos enxergar o mundo como a última vez. Não caio na conversa fiada de estréia e de despedida. Despedir não é terminar - é procurar iniciar de um jeito diferente. Sou homem do durante. Do meio. Do decorrer. Nada contra quem pensa o contrário, mas é um pouco de soberba inaugurar ou fechar o mundo. Quando se ama uma mulher, é preciso a safadeza, a vontade sem pudor, o desejo diabólico, a tara. Não se conter, não se represar. A ânsia, a violência e a obsessão são permitidas. Mas tudo será grosseria desacompanhada da pureza. Pureza é autenticidade. Não fingir, não disfarçar, não dizer o que não está sentindo. Já ouvi muito que sexo não é seguir a cabeça e deixar as coisas aconteceram. Sexo seria não pensar. Não concordo, sexo não é inconseqüência, é conseqüência da gentileza. Conseqüência de ouvir o sussurro, de ser educado com o sussurro e permanecer sussurrando. Perder o pudor, não perder o respeito. Perder a timidez, não perder o cuidado. Sexo é pensar, como que não? E fazer o corpo entender a pronúncia mais do que compreender a palavra. Como se não houvesse outra chance de ser feliz. Não a derradeira chance, e sim a chance. Uma mulher está sempre iniciando o seu corpo. Toda a noite é um outro início. Toda a noite é um outro homem ainda que seja o mesmo. Não se transa com uma mulher pela repetição. Seu prazer não está aprendendo a ler. Seu prazer escreve - e nem sempre num idioma conhecido. Ela pode ficar excitada com uma frase. Não é colocando de repente a mão na coxa. Ela pode ficar excitada com uma música ou com uma expressão do rosto. Não é colocando a mão na sua blusa. Mulher é hesitação, é véspera, é apuro do ouvido. Antever que aquelas costas evoluem nas mãos como um giz de cera. Reparar que a boca incha com os beijos, que o pescoço não tem linha divisória com os seios, que a cintura é uma escada em espiral. É comum o homem, ao encontrar sua satisfação, recorrer a uma fórmula. Depois de sucesso na intimidade, acredita que toda mulher terá igual cartografia, igual trepidação. Se mordiscar os mamilos deu certo com uma, lá vai ele tentar de novo no futuro. Se brincou de chamá-la de puta, repete a fantasia interminavelmente. Assim o homem não vê a mulher, vê as mulheres e escurece a nudez junto do quarto. Amar não é uma regra, e sim onde a regra se quebra. Não se come uma mulher, ela é que se devora.
Fabrício Carpinejar

quinta-feira, 20 de janeiro de 2011





Sexta-feira. Quase uma da manhã. Eu já estava desistindo de esperar alguma coisa interessante acontecer quando o vi surgir, como quem não queria nada, no cantinho da tela do meu computador, no meu msn. Com aquela velha foto de sempre. Com aquele velho sorriso de sempre.  Eu não iria puxar assunto se ele não estivesse escutando AQUELA música. Juro.
Sei que foi hipocrisia dizer "quanto tempo", afinal, minutos antes eu estava pensando na falta que ele ainda me fazia. Ele falou sobre o meu blog, falou sobre o meu cabelo, falou sobre minhas lentes coloridas e por último, falou da gente. Ele andava me espioanando? Não bobagem. Atualizações do orkut. Isso não quer dizer nada. Não enlouqueça Clara.Nós estávamos quase chegando naquele "ponto morto" onde um fica esperando o outro escrever, quando ele falou algo sobre saudade.Enquanto ele  jurava sentir minha falta eu jurava não acreditar nisso. Só hoje entendo que nós dois estávamos errados.
Eu fui apenas uma de suas meninas, e ele foi o meu primeiro e único cara.  Minha inocência sempre o agradou e sua malícia sempre me enganou. No fundo, eu ainda conseguia me lembrar das vezes que havia me deixado plantada em uma praça deserta. Das milhares de ligações nunca atendidas. Mas, eu sentia que se eu quisesse realmente me vingar, eu deveria continuar por perto provando o quanto eu aguentei firme.  Mas ele me dava mole, e no fim de cada frase minha eu deixava subentendido que se ele aparecesse na minha porta eu abriria e te deixaria entrar. Isso estragou tudo.
Depois de alguns minutos aguardando a resposta de uma pergunta qualquer, percebi que ele havia ficado offline. Sem explicações. Eu sabia que a internet não tinha caindo, e que muito provavelmente ele partiu em busca de uma "baladinha" cheia de "bebidinhas" e mulheres "bonitinhas".
O meu problema foi demorar demais pra perceber que "carinhas" como aquele, nunca são o que parecem ser.  Ali, com aquelas poucas palavras, ele parecia o cara ideal. Mas aqui, ele nunca passou de um desconhecido vazio no meu coração.

Planetinha Macho.


 Segundo a revista Nova, uma das maiores necessidades do homem Alfa é pertencer ao clube “Ele precisa de tempo e espaço entre outros homens para expressar agressividade, conviver em bando. No seu clubinho, dedica-se a atividades como apreciar cerveja ou falar de mulher. Necessita desse momento como forma de expressão da sua virilidade.”
Nós, mulheres, temos inveja de bundas duras, bolsas grandes e coloridas, sapatos incríveis e confortáveis e braços que não incham depois dos 30. Mas isso é fichinha perto do que sentimos ao ver um grupo de homens unidos celebrando a vida. Existe algo de mágico, intenso e verdadeiro na amizade entre os homens que uma mulher jamais experimentará. Sim, temos amigas, irmãs e amigos. Mas em algum momento nossa amiga vai nos apunhalar, nossa irmã vai competir por atenção e nosso amigo vai tentar nos comer. Vocês não, vocês passaram por coisas que a gente nem imagina, juntos, se amando, se abraçando, bêbados, caindo, rindo até quase morrer, colocando isqueiro em pum alheio, se xingando daquele jeito que mais parece um elogio, se empurrando como se fosse o abraço mais apertado do mundo. Homem quando encontra os amigos fica com aquele semblante de criança quando ganha o brinquedo mais esperado do ano. Mulher dá aquele grito falso, pulinhos, se agarra e você vê na hora que aquela linda amizade não dura mais do que seis meses. Não tente ligar para um homem quando ele estiver “na noite dele com os amigos”. Algo de extraterrestre acontece. Trata-se de outra galáxia. É o mundo paralelo da real felicidade. Mulheres, esses seres, não entendem, nem podem, não está no DNA feminino ser tão feliz apenas por ser bobo. É o momento de ser macho, muito macho, com os machos. Falar de xanas e bundas e peitos e mulheres do trabalho e arrotar e ser grosseiro e, principalmente, se libertar, em um ambiente seguro e familiar, da dor que é gostar de uma mulher- esses seres incompreensíveis, complicados e insatisfeitos. Naquele tocar de copos de chope, naquele urro tribal, lê-se: chega do que não se entende, chega de nunca agradar, chega de nunca saber, chega do que é complicado, eu agora estou com os meus e eles me aceitam e eles me entendem e eu, meu Deus, estou tão feliz! É quase patético quando as mocinhas saem para tentar alcançar esse nível de alegria, esse requinte de intimidade. A gente se diverte, fala absurdos sexuais (se bobear somos mais toscas que vocês nessa hora e expomos nossos namorados muito mais do que eles nos expõe) e consegue relaxar. Mas é diferente, é muito diferente. Tem sempre uma mexendo no cabelo incomodada que a do lado veio muito bonita. No final sempre descamba prum chororô de que o amor não existe, o ex não presta, o novo fulaninho não respondeu a mensagem de texto. A maior prova de que as mulheres são fracas em amizade é que a maioria acaba ficando super amiga das namorada dos melhores amigos do namorado. Homens sabem combinar peregrinações pela Europa, acampamentos no Ushuaia, campeonatos internacionais de pôquer, …mulheres sabem combinar “encontro para vender as minhas bijus lindas com precinhos especiais e bolinhos de fubá”. Somos chatas, muito chatas. Invejamos muito sua amizade com seu melhor amigo. Mas a nossa vingança é que, lá no fundo (isso sua mulher nunca vai te falar) achamos tanto amor (aquele que você nunca dá para uma mulher com medo de virar escravo dela) um pouco viadagem demais. Comparar pintos, se masturbar juntos, não viver um sem o outro, morrer porque essa quinta não tem “encontro da galera”. E a gente em casa querendo atenção, de creminho de manga e baby doll. Tsc, tsc.

Tati Bernardi.

quarta-feira, 5 de janeiro de 2011




Eu era sua, a sua menina, a sua criança, a sua mulher, a sua escritora predileta, a sua parceira de dar risada de programas estúpidos que passam de madrugada na TV, a sua namorada sensível que tinha medo de vomitar e de amar demais, assim como você.

Tati B.
 
 
 
 
Não quero que você me largue. Não quero te largar. Não quero ter motivos pra ir embora, pra te deixar falando sozinho, pra bater o telefone na sua cara. E eu não tenho medo que isso aconteça (eu nunca tenho), eu fiz isso com todos os outros. É só que dessa vez eu queria muito que fosse diferente. Dessa vez, com você, eu queria que desse certo. Que eu não te largasse no altar. Que eu não te visse com outra. Que eu não tivesse raiva. Que você não passasse a comer de boca aberta. Que você entendesse o meu problema com chãos de banheiro molhados pra sempre.Que você gostasse e cuidasse de mim como disse ontem à noite que cuidará. Eu quero que dê certo, não estraga, por favor. Não estraga não estraga não estraga. Posso pôr um post-it na sua carteira? Mesmo que a gente não fique juntos pra sempre. Mesmo que acabe semana que vem. Nunca destrua o meu carinho por você. Nunca esfrie o calorzinho que aparece dentro de mim quando você liga, sorri ou aparece no olho mágico da minha porta. Mesmo que você apareça na porta de outras mulheres depois de me deixar. Me deixe um dia, se quiser. Mas me deixe te amando. É só o que eu peço.

Tati B.

Sumir.


 



Sumi porque só faço besteira em sua presença, fico muda quando deveria verbalizar, digo um absurdo atrás do outro quando melhor seria silenciar, faço brincadeiras de mau gosto e sofro
antes, durante e depois de te encontrar.
Sumi porque não há futuro e isso não é o mais difícil de lidar, pior é não ter presente e o passado ser mais fluido que o ar.
Sumi porque não há o que se possa resgatar, meu sumiço é covarde mas atento, meio fajuto meio autêntico, orque sumir é um jogo de paciência, ausentar-se é risco e sapiência, pareço desinteressado, mas sumi para estar para sempre do seu lado, a saudade fará mais por nós dois que nosso amor e sua desajeitada e irrefletida permanência. 


Martha Medeiros.

segunda-feira, 3 de janeiro de 2011






"Mas como nesse terreno da vida o que vale é o que a gente planta nele, do nada, surge uma penca de girassóis e aponta um céu. Um céu de escolhas felizes e tão mais claras. Esses girassóis costumam chegar quando você menos espera. Mas você sabe o momento em que eles chegam pelo cheiro de carinho no ar. Cheiro de abraço de amigo, colo de mãe. Cheiro de bolo saindo do forno e passeio de domingo no parque. É nessas horas que você percebe que Deus não desiste nunca. E que ele sempre prepara surpresas risonhas pros nossos caminhos. Mas pra você recebê-las terá de ter um coração aberto e tranquilo. Por isso, quando chegar a hora de dormir, não esqueça de acender a vela da fé, aquela que mora no coração e que acende a alma. A única vela que nos mostra o rumo."







Cris Carvalho

domingo, 2 de janeiro de 2011




Deus não deve ser pensado jamais senão Ele foge ou eu fujo. Deus deve ser amado e sentido. Então Ele age. Pergunto-me: por que Deus pede tanto que seja amado por nós? Resposta possível: porque assim nós amamos a nós mesmos e em nos amando, nós nos perdoamos. E como precisamos de perdão. Porque a própria vida já vem mesclada ao erro.
 
Clarisse Lispector

Meu lado que sente frio.


Acho que todo mundo precisa de esconderijo. Não fujo, mas vezenquando me escondo porque preciso da minha paz, preciso ler minhas frases silenciosas. Palavra pra mim é a coisa mais séria e bonita que existe. Preciso delas ao meu lado, sublinhadas. Tenho esse lado infantil de correr para o colo da mãe, acender a luz do corredor e não caminhar no escuro. Gosto da luz, do mundo claro. Em compensação, amo noites e estrelas.

Esqueci de crescer em um aspecto: sou muito boa para quem eu gosto. Para esses, o mundo. Amo abraços, dar presentes, fazer agrados, segurar a mão, o coração, segurar a barra. Quando eu gosto me entrego demais. Quem eu levo comigo, entenda, levo no peito, num duplex com vista para o mar. Mas nem todo mundo é santo, muito menos eu. Sei ser suja e má: por favor, não pague para ver. O preço é alto, eu faço birra, bato o pé, fico de bico. Fica escrito na minha cara: eu gosto/não gosto de você – não sei disfarçar.

Sou franca e falo o que penso, deve ser por isso que vivo com os joelhos roxos. A gente cai muito quando tem correndo nas veias a sinceridade. Nem sempre sei a hora de falar as coisas, em contrapartida nem sempre eu falo tudo. Será que você entende? Tenho medo de ferir com as palavras. Na verdade, morro de medo disso. Então, eu fico escondendo de você que às vezes faz um frio danado aqui dentro.