sexta-feira, 25 de dezembro de 2009




Ei, garoto, eu estou aqui sorrindo pra você, não percebe? Minha cara é da típica garota que sabe o que quer e o que fazer pra conseguir. Meus passos são firmes, meu olhar te devora, pareço estar disposta a ir em frente. Garoto, meu riso é exagerado, você tem certeza que me divirto. Brinco com caras, bocas e poses, arrasto sua imaginação para onde quero e aí como quem cansa da brincadeira, fico distante. Você recua, tem medo de chegar junto, não sabe o que dizer porque minhas palavras sempre lhe parecem sensatas. Te convenço sem grandes esforços, a situação parece completamente sob controle, sob o meu controle, diga-se de passagem. Arquitetei o jogo de maneira a te deixar sem ataque, na sua área me sinto segura, minha marcação é cerrada, minha zaga domina muito bem e o meu ataque só aparece se for pra fazer gol. Você parece um bichinho indefeso no meio de tudo isso, a partida está quase ganha. Mas, garoto, você percebeu a brecha, entendeu que o riso é mais de nervoso do que de diversão, sua ficha caiu que se você se aproximar eu não vou em frente. Finalmente, você reconduziu a brincadeira, sim, partiu pra cima, chutou rumo a gol, viu que na pequena área eu tremo e que minha defesa é falha, meu goleiro é o maior frangueiro. Você começa a ganhar de virada e eu odeio perder. Desisto disso. Me iludo que cansei de jogar, você acredita. Dessa vez, eu estou aqui chorando por você, garoto, só que isso você não verá.

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