quarta-feira, 11 de novembro de 2009

Da lembrança...

Em dias como os de hoje, em que me descubro na oportunidade, na decisão de fazer as coisas serem diferentes, eu me lembro muito de você. De como eu quis ter contigo essas oportunidades. De como eu sempre quis que tudo fosse tão diferente. Às vezes, porém, eu agradeço que não tenha sido também. Acho que foi um final menos feio do que poderia ter sido. Do que alguns outros finais que tenho vivenciado.


Era sempre assim. Nossas conversas me traziam primeiro uma profunda alegria na alma. Depois, retomada a consciência, me doía profundamente. Só mais tarde eu pensava em onde estaria o motivo da minha alegria e lembrava que estava em um lugar que não era meu.


Mas, um simples "oi" seu, era como uma luz forte que me cegava temporariamente.


Se um dia você compreendesse a dimensão do meu sentimento, poderia desconfiar o que a música que estou ouvindo agora é capaz de desencadear em meus olhos e no meu coração, que se apequena toda vez que eu a ouço. É interessante como uma música pode unir dois “agoras” tão diferentes.


Música era uma das nossas linguagens. Acho que é assim para todos os amantes. Acho que elas dizem o que não sabemos expressar. Talvez tenha sido por aí que começamos a nos encontrar. Em uma época em que o msn parecia mágica, você o utilizava para me enviar, não informações, nem textos, mas pedaços do seu coração. A internet fez isso por mim. A tecnologia, tão exata te trouxe para tão perto de mim, em mensagens que faziam eu sentir você comigo, mesmo quando estávamos tão próximos, mas tão distantes.


Em muitas ocasiões, quando o que eu mais queria era ter nos meus ouvidos o que você me dizia, eu lia pela tela. Não deixava de ser um jeito charmoso de falar, silenciosamente. Onde era necessário supor as expressões, adivinhar as reações, mas era um jeito de falar, e de entregar. Algumas vezes quase me foi possível sentir o tom amoroso da suas palavras.


Por vezes ainda me pergunto como alguém pode entrar tão profunda e suavemente em nossas vidas. Mas o amor vai além. Além das palavras, além das canções. Ainda hoje, quando conheço novas músicas, me pego imaginando aquela que te tocaria. E até o imagino ouvindo por aí, no carro, no computador, na rua.


Dizem por aí que conhecer algo novo e identificar nisso o outro, é um sinal de muita intimidade. Uma intimidade que não tivemos. É bem doída essa saudade do que não foi vivido.



Ainda hoje, sofro, choro, me acabo em remorsos e ansiedades por outros amores, mas eles passam tão rapidamente quanto chegam. E eu tenho sempre uma certeza tranquila de que tudo pode ser superado. Apesar de você.


Por vezes também, fico pensando em como são tuas horas de saudade. Sei que elas existem. Será que o seu coração fica pequeno? Será que fica tentando parar seus pensamentos? Será que já foi preciso segurar um soluço. Se convencer de que vai passar [já que tudo sempre passa]...


Eu já tinha lido que alguém escreveu: "Os Dragões não conhecem o paraíso". Hoje ouvi na novela: "Os fortes não são perdoados". Serei forte? Serei Dragão? Não sei. Mas não me interessam alguns perdões, nem alguns paraísos. Descobri que perder um amor, é como e perder um pouco da alma, mas, que a isto, sobrevive-se!

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