domingo, 7 de fevereiro de 2010

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Eu me descubro ainda mais feliz a cada pedaço seu e de tudo o que é seu. Eu amo tanto o seu jeito, o teu furão, o teu jeito de debochar do meu sotaque e da minha dificuldade de falar algumas palavras,a tua voz ...que chorei essa manhã pensando que talvez você me deixasse, como mais um dos teus contatos tediosos
Às vezes você me faz sentir tão boba,rindo de tudo que você fala,
que eu tenho pena de como o mundo era bobo antes da gente se conhecer.
Eu queria assinar um contrato com Deus: se eu nunca mais olhar para homem nenhum no mundo, será que ele deixa você ficar comigo pra sempre?
Eu descobri que tentar não ser ingênua é a nossa maior ingenuidade, eu descobri que ser inteira não me dá medo porque ser inteira já é ser muito corajosa, eu descobri que vale a pena ficar três horas te olhando sentada numa cadeira,vendo você brincar com teu furão, que você disse que pode ser meu também,vale a pena, mesmo que a noite esteja explodindo lá fora.
E quando já não sei mais o que sentir por você, eu respiro fundo, e começo a querer coisas que eu nem sabia que existiam.Quando a gente for ver o pôr-do-sol no Ibirapuera, eu, você e o Bruce, a gente vai ficar abraçado, e a gente vai se achar brega demais, e a gente vai morrer de rir, eu vou sentir um daqueles segundos de eternidade que tanto assustam o nosso coração acostumado com a fugacidade segura dos sentimentos superficiais.
Eu olho para você com aquela sua jaqueta que te deixa com tanta cara de homem e me sinto tão ao lado de um homem, que eu tenho vontade de ser a melhor mulher do mundo.
Com vontade de fazer ginástica, ler, ouvir todas as músicas legais do mundo, aprender a cozinhar, arrumar seu quarto, escrever um livro, ser mãe.
E aí eu só olho pra bem longe, muito além daquele Sol, e todo o meu passado se poe junto com ele. E eu sento a alma clarear enquanto o dia escurece.
Eu preciso disfarçar que não paro mais de rir, mas aí olho pra você e você também está sempre rindo. Se isso não for o motivo para a gente nascer, já não entendo mais nada desse mundo.
E eu tento, ainda refém de algumas células que vez ou outra me invadem, tentar achar defeito na gente, tentar estragar tudo com alguma sujeira.
Mas você me deu preguiça da velha tática de fuga, você me fez dormir um cd inteiro na rede e quando eu acordei o mundo inteiro estava azul.
Engraçado como eu não sei dizer o que eu quero fazer porque nada me parece mais divertido do que simplesmente estar fazendo. Ainda que a gente não esteja fazendo nada.
Eu, que sempre quis desfilar com a minha alegria para provar ao mundo que eu era feliz, só quero me esconder de tudo ao seu lado.
Eu limpei minhas mensagens, eu deletei meus emails, eu matei meus recados, eu estrangulei minhas esperas, eu arregacei as minhas mangas e deixei morrer quem estava embaixo delas. Eu risquei de vez as opções do meu caderninho, eu espremi a água escura do meu coração e ele se inchou de ar limpo, como uma esponja. Uma esponja rosa porque você me transformou numa menina cor-de-rosa.
Você me transformou no eufemismo de mim mesma, me fez sentir a menina com uma flor daquele poema, suavizou meu soco, amoleceu minha marcha e transformou minha dureza em dança. Você quebrou minhas pernas, me fez perceber que eu não sirvo apenas pra certas
coisas, como alguem queria dizer,tirou as pedras da minha mão.
Você diz que me quer com todas as minhas vírgulas, eu te quero como meu ponto final.
( Tati Bernardi,modificado com toque meu )

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